Hoje vamos falar sobre uma produção dramática de 2022 e entender as razões para o filme “A Baleia” ser tão impactante. Já conhece esse melodrama ganhador do Oscar em 2023? Bora entender então como uma baleia pode dar sentido a vida de uma pessoa de uma forma tão profunda e triste? Bora lá então?
Sobre a produção “A Baleia”
“A Baleia”, com direção de Darren Aronofsky, que também dirigiu “Cisne Negro”, estrela os atores Brendan Fraser, de “A Múmia” e Hong Chau, além dos novatos Sadie Sink (Stranger Things) e Ty Simpkins. É baseado na peça teatral homônima de Samuel D. Hunter, que também assinou o roteiro da adaptação para o cinema.
As filmagens ocorreram em Nova York, em um estúdio fechado que simulava o apartamento claustrofóbico de Charlie, personagem de Fraser. Aronofsky optou por um formato de tela 4:3, que reforça a sensação de confinamento do protagonista. A cinematografia foi assinada por Matthew Libatique, colaborador frequente de Aronofsky, que utilizou iluminação suave e sombras para enfatizar a intimidade e a melancolia da história.
“A Baleia” teve sua estreia mundial no Festival de Cinema de Veneza em 2022 e recebeu elogios, especialmente pela atuação de Brendan Fraser, que foi ovacionado por seis minutos. O filme conquistou diversos prêmios, incluindo o Oscar de Melhor Ator para Fraser e Melhor Maquiagem e Penteado.
Para interpretar o personagem, Fraser passou por um processo intenso de preparação, incluindo o uso de próteses e técnicas para simular o impacto da obesidade extrema em seu corpo. Para isso, a equipe de maquiagem e efeitos visuais utilizou um traje de prótese que pesava cerca de 136 quilos. Além disso, Fraser passou por um treinamento específico para entender como pessoas com obesidade severa se movem e respiram. A maquiagem e os efeitos práticos foram liderados por Adrien Morot, especialista em caracterização. Ele usou uma combinação de próteses feitas de látex e silicone para garantir um visual realista, evitando recorrer inteiramente a CGI. Esse cuidado ajudou a criar uma interpretação autêntica e respeitosa do personagem.
Elenco do filme “A Baleia” e seu diretor.
O enredo do filme “A Baleia”
O filme se inicia com uma cena bastante impactante: um homem de meia idade obeso mórbido (com mais de 300kg) e homossexual, suado e em condições precárias tendo um “momentos íntimo consigo mesmo”. Porém, ele começa a se sentir muito mal durante o seu ato, parece lhe faltar o ar, semelhante a um enfarto. Desesperado, pega seu celular para ligar para alguém, porém o aparelho cai no chão e ele não tem condições de se abaixar, tanto pelo seu mal estar súbito como por sua condição obesa. Cena desesperadora para iniciar uma descrição da vida dessa personagem, que explica como ele chegou até essa situação.
Charlie foi casado com Mary no passado e teve uma filha com ela, Ellie, porém as abandonou por se descobrir homossexual e, então, decidir viver sua vida com seu companheiro Adam, irmão de Liz. Uma série de acontecimentos leva os personagens até o momento atual e para entender toda a trajetória, vou deixar que você mesmo assista para entender.
Charlie é um professor universitário de literatura e redação e ministra suas aulas on-line e com a câmara desligada. Ele tem esse comportamento pois sabe que quando as pessoas olham para ele, não enxergam quem ele realmente é, mas sim, apenas sua obesidade extrema. Ele sofre de uma doença cardíaca congestiva e está com seus dias contados. Com sua morte se aproximando, Charlie tenta de maneira desesperada se aproximar de sua filha.
O tempo do filme se passa dentro de menos de uma semana, onde você pode compreender as histórias que ligam todos esses personagens.
Cartaz de divulgação do filme. Créditos: Netflix.
Minha experiência com o filme “A Baleia” e as razões para ser tão impactante
Reflexões e algumas muitas lágrimas não faltaram por aqui. Achei o filme desconfortável e profundo. Desconfortável porque mostra como nós, como humanidade, temos dado errado e feito pessoas sofrerem por preconceito. Profundo porque trata de assuntos delicados, erros e acertos na vida que todos nós cometemos, mas que alguns geram marcas difíceis de apagar. A certeza da morte e a aproximação dela traz também uma necessidade ansiosa e aflita por fazer a vida ter sentido. O desejo de morrer em paz talvez seja algo comum a todos nós, que é, também, explorado no filme.
A casa escurecida, com janelas fechadas demonstram o medo de Charlie de ser visto e olhado com os olhos da reprovação. A cena do entregador de pizza que demonstra gentileza durante vários dias, porém se assusta quando vê Charlie realmente, e os olhares de reprovação dos seus alunos quando Charlie finalmente abre a câmara, demonstram como o julgamento das pessoas é cruel.
As cenas em que Charlie se desaba na compulsão alimentar são também angustiantes, pois traduzem a tristeza do homem que se culpa por seus erros, por não se sentir aceito, por estar morrendo e por não estar conseguindo resgatar algo de bom com a filha. Charlie se culpa por não ter conseguido ter um bom casamento com a ex-esposa, se culpa por ter abandonado a filha e se culpa por não ter conseguido salvar seu namorado da depressão. Um desespero que o leva a querer se destruir e a se punir ainda mais, através da comida.
Talvez se Charlie conseguisse ajudar a filha com as suas redações da escola e deixar um dinheiro para ela, a sua vida faça algum sentido e ele possa morrer em paz. A cena final, linda e cheia de mensagens diz se ele conseguiu seu último desejo.
O título do filme não só faz referência ao corpo grandioso do personagem principal, mas também a um pequeno elo entre ele e sua filha Ellie, que enfim o salvará no final da vida. Para saber sobre esse elo, você terá que assistir ao filme!
Curiosidades sobre a produção do filme
Esse filme cela a volta de Fraser após longos tempos longe do cinema. Fraser estrelou os filmes da série “A Múmia”, porém se envolveu em lesões nas filmagens e polêmicas de sofrimento de abuso por parte do diretor. Após esses incidentes, Fraser se distanciou das telonas e sofreu com o ganho de peso, assim como seu personagem Charlie.
Para que Fraser se transformasse em Charlie, o processo de maquiagem e aplicação do traje levava cerca de 4 a 6 horas diárias. A retirada das próteses ao final do dia adicionava mais uma hora ao processo. A complexidade do traje e da maquiagem exigia paciência e precisão. Cada peça tinha que ser colada, ajustada e pintada manualmente para garantir um aspecto natural, além de permitir que Fraser se movesse de forma realista. Foram utilizados materiais como espuma de látex e silicone para imitar a textura da pele, gel de silicone translúcido para dar um efeito de profundidade e realismo, simulando o comportamento da pele humana, além de um sistema interno de resfriamento, para evitar o superaquecimento do ator. Quanto trabalho, não é?
Trabalho da equipe de maquiagem, preparando do ator Brendan Fraser para viver o personagem Charlie, obeso mórbido, no filme “A Baleia”.
Gostou de conhecer mais sobre o filme “A Baleia” e as suas razões para ser tão impactante?
Discutir assuntos como gordofobia e homofobia são centrais nesse filme e saber como essas atitudes podem moldar vidas e marcarem histórias tão profundamente é o recado dessa produção ganhadora de prêmios. Dramático, inquietante e profundo, “A Baleia” reúne razões mil para te impactar em todos os sentidos, desde a interpretação magistral de Brendan Fraser até a maquiagem e o enredo do filme. Vale demais essa experiência. Esteja com os lencinhos por perto, porque você vai se emocionar. Grandioso e digno de Oscar!
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