Recebemos a triste notícia de que o Papa Francisco descansou. Ele estava enfrentando problemas de saúde e esteve internado por longos dias. Teve alta e estava se recuperando no Vaticano. Papa Francisco fez algumas aparições depois da internação, apareceu debilitado e inchado, porém, em suas últimas imagens, desejou Feliz Páscoa a todos.
Agora, com sua partida, a Igreja Católica, então, teve uma missão importante: escolher um novo dirigente da instituição. No artigo de hoje vou contar como esse processo aconteceu. Vamos então, entender tudo sobre o Conclave? ⛪🕊️
O que é Conclave?
Conclave é um período onde todos os arcebispos do mundo (muitos deles indicados pelo próprio Papa, em vida) se reúnem para escolher o novo chefe e pontífice da Igreja Católica. A escolha do novo Papa acontece em segredo, dentro da Capela Sistina, no Vaticano.

Maravilhosa arte presente dentro da Capela Sistina, no Vaticano, local onde o Conclave acontece.
O Vaticano convoca os arcebispos, com até 80 anos, a se apresentarem no menor país do mundo e ficam por lá alguns dias para votarem. Eles votam entre si naquele em quem acreditam ser a melhor escolha para conduzir a Igreja. Ficam reclusos e sem acesso ao que acontece fora do Vaticano, para que os acontecimentos externos não influenciem, enquanto estão em voto. No Vaticano existem quartos individuais onde os arcebispos ficam instalados e durante o dia se reúnem, então, para as votações. Recebem comida, feita pelas freiras, e instalações luxuosas.

Visão frontal da Basílica de São Pedro, no coração do Vaticano.
Rituais do Conclave
Assim Papa vigente morre, o Camerlengo, uma espécie de dirigente das funções assistenciais ao Papa, assume a administração do processo fúnebre e do Conclave.
O quarto papal e seu escritório são selados pelo Camerlengo e o mesmo toma posse do Palácio Apostólico. Após os rituais fúnebres ao Papa que se despede, o Conclave é iniciado. Durante todos os dias do Conclave, os arcebispos participam de uma votação para o posto de próximo pontífice da Igreja. Para a escolha de um novo dirigente, ele precisa ter 2/3 dos votos dos 135 integrantes do Conclave. Desses 135 arcebispos, 80% deles foram, então, indicados pelo próprio Papa Francisco, durante seu papado.
Todos os dias pela manhã, se reúnem e votam. Caso aquele candidato não tenha atingido os 2/3 de votos, a eleição não é finalizada, e uma grande fumaça preta é liberada pela chaminé da Capela Sistina. Essa fumaça contém as cédulas dos votos indefinidos e mais alguns sais que são adicionados para que a cor da fumaça seja característica. O processo se repete nos dias conseguintes, até que um novo candidato alcance os 2/3 de votos. Quando isso acontece, uma grande fumaça branca sai pela chaminé, os sinos da Basílica de São Pedro tocam e o anúncio do “Habemus Papan“, que significa – Temos um novo Papa – é, então, proclamado do Balcão Central da Basílica.
Fiéis reúnem-se na Praça São Pedro, de onde a chaminé pode ser vista. A expectativa da nova escolha é aguardada com certas tristeza pela partida do Papa amado, porém com esperança de que o novo Chefe da Igreja Católica seja uma figura de inspiração e bondade.

Filme “Conclave”, que ganhou o Oscar, em 2025
Todo esse processo que envolve a escolha do novo Pontífice e os rituais tradicionais da Igreja se reproduzem belamente no Filme “Conclave”.
Conclave é um thriller político-religioso lançado em 2024, dirigido por Edward Berger. O longa é uma adaptação do best-seller de Robert Harris, com roteiro assinado por Peter Straughan. A trama se desenrola a partir da morte inesperada do Papa, momento em que o Vaticano convoca o tradicional Conclave para eleger seu sucessor. O Cardeal Lawrence, interpretado com maestria por Ralph Fiennes, é encarregado de liderar esse processo delicado, mas logo se vê cercado por intrigas, alianças e revelações que ameaçam desestabilizar os bastidores da Igreja. Ao seu lado, um elenco de peso dá, então, vida a personagens marcantes, com destaques para Stanley Tucci, John Lithgow, Sergio Castellitto e Isabella Rossellini.
Embora a narrativa se passe integralmente dentro do Vaticano, o filme não foi filmado em locações reais. Em vez disso, a produção recriou com precisão a Capela Sistina e outros ambientes sagrados nos lendários estúdios Cinecittà, em Roma. A equipe de produção contou com consultores especializados em história da Igreja e liturgia católica para garantir autenticidade nas cerimônias, nos trajes e nos detalhes visuais. A ambientação, aliada à direção segura de Berger, transporta o espectador, então, para o coração de um dos rituais mais secretos e fascinantes da Igreja Católica.
O Filme Conclave e o Oscar
O filme foi um dos grandes destaques da temporada de premiações de 2025, recebendo oito indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme, Melhor Ator para Ralph Fiennes e Melhor Atriz Coadjuvante para Isabella Rossellini. Conquistou a estatueta de Melhor Roteiro Adaptado, sendo amplamente elogiado por equilibrar fidelidade histórica e tensão dramática. Conclave oferece, portanto, uma visão envolvente dos bastidores da fé e do poder, em um enredo repleto de simbolismos, dilemas morais e segredos ocultos que, então, prendem a atenção do início ao fim.

Quem são os arcebispos do Brasil e que participaram do Conclave?
Agora que já entendemos como o Conclave funciona e para que ele serve, vamos listar os arcebispos do Brasil, que estiveram entre os votantes para a eleição do novo Papa, podendo também, serem candidatos ao posto mais alto da Igreja Católica.
O Brasil esteve bem representado no Conclave com sete cardeais eleitores — e um oitavo nome de peso, que mesmo sem voto, ainda pode surpreender. Vamos, então, conhecer um pouco mais sobre cada um deles?
1. Dom Odilo Pedro Scherer
Atual arcebispo de São Paulo. Gaúcho de Cerro Largo, ele é figurinha carimbada nos bastidores da Igreja. Com doutorado pela prestigiada Universidade Gregoriana de Roma, foi nomeado cardeal em 2007 por Bento XVI. Sempre discreto, mas influente, Dom Odilo tem, então, um olhar atento sobre os rumos da fé e da política.

2. Dom Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro. Nascido no interior de São Paulo, ele já foi monge e hoje comanda uma das arquidioceses mais importantes do país. Criado cardeal em 2014, é presença marcante em eventos religiosos e tem um jeitão acolhedor que, então, cativa os fiéis.

3. Dom Leonardo Ulrich Steiner
Arcebispo de Manaus. Ele carrega no sangue o compromisso com a Igreja — é primo do lendário Dom Paulo Evaristo Arns. Como primeiro cardeal da Amazônia, Leonardo tem sido uma voz ativa em defesa da floresta e das populações indígenas. Cardeal desde 2022, e tem ganhado destaque internacional.

4. Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre e atual presidente da CNBB. Franciscano, Dom Jaime é conhecido por seu perfil conciliador e por se posicionar com firmeza em temas sociais. Ele tem se tornado cada vez mais influente dentro e fora do Brasil.

5. Dom Sérgio da Rocha
Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil — título reservado à mais antiga diocese do país. Paulista de nascimento, já passou por várias cidades brasileiras antes de chegar à capital baiana. Foi nomeado cardeal em 2016 e é lembrado por seu envolvimento com os jovens e a promoção do diálogo.

6. Dom Paulo Cezar Costa
O mais jovem entre os eleitores brasileiros, é arcebispo de Brasília. Nascido no Rio de Janeiro, tem formação sólida em Teologia e foi criado cardeal em 2022. Ele é visto como uma das grandes apostas da Igreja no Brasil, sempre com um discurso moderno e próximo das novas gerações.

7. Dom João Braz de Aviz
Atual prefeito do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada. Natural de Santa Catarina, já foi arcebispo em várias dioceses brasileiras, mas desde 2011 trabalha no Vaticano. Cardeal desde 2012, mantém um esforço de aproximação com as ordens religiosas e pelo diálogo com os leigos.

8. Dom Raymundo Damasceno Assis
Apesar de não ter mais direito a voto por conta da idade, ainda pode ser escolhido Papa — sim, isso é possível! Arcebispo Emérito de Aparecida, ele teve papel de destaque como presidente da CNBB e participou do Conclave que elegeu o Papa Francisco. Com sua experiência e serenidade, é sempre lembrado como um nome de peso dentro da Igreja.

Quem foram os candidatos favoritos ao próximo Papado
Candidatos da Itália
🇮🇹 Pietro Parolin, atual Secretário de Estado do Vaticano, é uma figura central nos bastidores diplomáticos da Santa Sé. Com 70 anos, ele tem conduzido importantes negociações internacionais, como o acordo com a China sobre a nomeação de bispos. Moderado e articulado, Parolin representa, então, a continuidade do pontificado de Francisco, mantendo a Igreja no caminho do diálogo e da diplomacia.
Outro italiano que desponta é 🇮🇹 Matteo Zuppi, arcebispo de Bolonha e presidente da Conferência Episcopal Italiana. Aos 69 anos, ele é ligado à Comunidade de Sant’Egidio e tem uma atuação marcante na mediação de conflitos e defesa dos imigrantes. É carismático e progressista, com apelo junto aos que desejam uma Igreja mais aberta.
Candidato das Filipinas
Saindo da Europa e indo para a Ásia, encontramos 🇵🇭 Luis Antonio Tagle, ex-arcebispo de Manila e atual prefeito do Dicastério para a Evangelização. Com 67 anos, Tagle é querido por fiéis do mundo todo por seu carisma, sensibilidade e forte conexão com os jovens. Ele seria o primeiro papa asiático, o que marcaria, então, uma mudança histórica para a Igreja, ampliando sua representatividade global.
Candidato Africano
No coração da África, 🇨🇩 Fridolin Ambongo Besungu, arcebispo de Kinshasa, tem se destacado por sua atuação firme em defesa dos direitos humanos e da justiça social. Aos 64 anos, representa uma ala mais conservadora, mas muito engajada em temas como paz e combate à corrupção — especialmente relevantes no contexto africano.
Candidato Húngaro
Da Hungria vem 🇭🇺 Péter Erdő, arcebispo de Esztergom-Budapeste, que é considerado um dos teólogos mais respeitados da Igreja atual. Aos 72 anos, tem um perfil discreto, mas influente. Já liderou o Conselho das Conferências Episcopais da Europa e é visto, então, como um nome de peso entre os conservadores.
Candidatos Brasileiros
O Brasil também marca presença na lista dos papáveis. 🇧🇷 Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus, é um dos nomes mais simbólicos do pontificado de Francisco. Primeiro cardeal da Amazônia, Steiner tem sido uma voz ativa na defesa dos povos indígenas e do meio ambiente. Aos 74 anos, sua atuação reflete o espírito da “Igreja em saída”, tão defendido, então, por Francisco.
Outro brasileiro cotado é 🇧🇷 Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília. Com apenas 57 anos, ele é o mais jovem da lista, mas já carrega uma sólida formação teológica e influência crescente dentro do Vaticano. Nomeado cardeal em 2022, Costa é visto como uma das grandes promessas da Igreja na América Latina, com uma abordagem pastoral moderna e próxima das novas gerações.
Candidato Maltês
Fechando a lista, temos 🇲🇹 Mario Grech, de Malta, atual Secretário-Geral do Sínodo dos Bispos. Com 68 anos, ele tem promovido reformas importantes e aberto espaço para temas delicados dentro da Igreja, como a maior inclusão de católicos LGBTQ+. Sua experiência sinodal e postura de escuta o colocam, entao, como um possível conciliador entre diferentes correntes internas.
O legado do Papa Francisco
O Papa Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio, veio de Buenos Aires, Argentina, e entrou para a história como o primeiro papa latino-americano e também o primeiro jesuíta a ocupar o trono de Pedro. Formado em química antes de ingressar na vida religiosa, ele logo demonstrou uma vocação voltada à simplicidade, ao serviço e ao cuidado com os mais vulneráveis. Após sua ordenação como sacerdote, destacou-se por sua humildade, recusando mordomias e preferindo os bairros mais pobres da capital argentina. Foi arcebispo de Buenos Aires antes de ser nomeado cardeal por João Paulo II, em 2001.

Em 2013, após a renúncia de Bento XVI — um marco histórico por si só — Bergoglio foi eleito papa no Conclave e adotou o nome Francisco, em homenagem a São Francisco de Assis, o santo dos pobres e da paz.
Porque o Papa Francisco é considerado um Papa diferente?
E o nome do Santo, preferido por Francisco, não foi à toa: desde o início de seu pontificado, Francisco se mostrou disposto a quebrar tradições e dar novos rumos à Igreja. Recusou o uso da suntuosa residência papal, preferindo morar na Casa Santa Marta; abriu portas ao diálogo com ateus, LGBTQIA+ e divorciados; e encabeçou reformas administrativas e pastorais para tornar a Igreja mais transparente e próxima do povo.
Além disso, sua voz ecoou fortemente em questões globais, como mudanças climáticas, migração, pobreza e guerras. Também promoveu uma “Igreja em saída”, missionária, menos institucional e mais humana. Com gestos simples e palavras diretas, ele conquistou, então, corações e, ao mesmo tempo, desafiou estruturas internas, incomodando setores mais conservadores.
Francisco é, acima de tudo, um papa que imprime sua marca com coragem, compaixão e espírito reformista — um líder que não apenas ocupa um cargo, mas provoca reflexões profundas sobre o papel da Igreja no século XXI.
E uma informação curiosa, quando o Papa Francisco participou do Conclave em que foi eleito Pontífice, ele não era um cardeal candidato favorito a ganhar o cargo. E mesmo assim, chegou lá!
A sequência dos papados na história da Igreja Católica
Para finalizar, vou listar aqui a lista dos últimos Papas na história da Igreja Católica.
- João XXIII (1958–1963)
Conhecido como o “Papa Bom”, foi o responsável por convocar o Concílio Vaticano II, um marco de renovação para a Igreja Católica. Seu pontificado foi curto, mas revolucionário, com foco na paz, diálogo inter-religioso e abertura ao mundo moderno. - Paulo VI (1963–1978)
Deu continuidade ao Concílio Vaticano II e implementou várias de suas reformas. Foi o primeiro papa a viajar de avião, visitando diversos países e reforçando o papel global da Igreja. Seu pontificado marcou-se então, pela tentativa de equilibrar tradição e modernidade. - João Paulo I (1978)
Ficou apenas 33 dias no papado, mas conquistou o mundo com seu sorriso e humildade. Recusou alguns formalismos papais e trouxe um ar de simplicidade à Cúria Romana. Sua morte repentina deu origem a várias teorias e mistérios. - João Paulo II (1978–2005)
Primeiro papa não italiano em mais de 450 anos, foi um líder carismático e influente. Enfrentou o comunismo, aproximou a Igreja dos jovens, promoveu o diálogo inter-religioso e teve papel político ativo no mundo. Seu longo pontificado deixou marcas profundas e ele foi canonizado em 2014.

5. Bento XVI (2005–2013)
Teólogo alemão e conservador, enfrentou tempos difíceis com escândalos na Igreja e desafios internos. Sua renúncia em 2013 surpreendeu o mundo, mostrando grande humildade e abertura ao reconhecimento dos próprios limites. Tornou-se, então, Papa Emérito e viveu no Vaticano até sua morte em 2022.

6. Francisco (2013–2025)
Primeiro papa latino-americano e jesuíta, veio da Argentina com um estilo simples, próximo ao povo e voltado à justiça social. Rompeu tradições, morando fora do Palácio Apostólico e priorizando o cuidado com os pobres, os migrantes e o meio ambiente. Seu papado foi marcado por escuta, reformas e forte presença internacional.
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Embora envolta de uma atmosfera de tristeza, a Igreja Católica conduz uma tradição para continuar sua influência no mundo: o Conclave é, então, um processo de escolha do próximo Papa e traz consigo discussões sobre os rituais tradicionais e o real papel da Igreja nos dias de hoje.
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Gisella é Bióloga, formada pela Universidade de São Paulo (USP) e Tecnóloga Oftálmica, formada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Ama artes, música e diversão! Escrever tem sido sua paz atual, onde encontra tranquilidade para a mente! Gosta de compartilhar conexões com assuntos que domina e que está aprendendo a dominar! ❤️