Quando terminei de ler “Dias Perfeitos”, do escritor brasileiro Raphael Montes, confesso que não sabia bem o que achei do livro. À primeira vista não gostei, fiquei chocada com um personagem tão psicopata e tão complexo, e com uma história que julguei assustadora fora de medida. Porém, refleti alguns dias sobre a obra, sobre a construção dos personagens e da narrativa e agora acho que gosto do livro, sem amá-lo: Raphael Montes tem a incrível habilidade de descrever mentes doentias com profunda verdade, tão verdade que nos faz mergulhar nos pensamentos desses personagens e quase entendê-los, quase torcer por eles, quase julgá-los com razão, o que é uma loucura doida: imagina você torcendo por um psicopata que está tomando atitudes absurdas? Pois talvez seja isso que tenha me deixado tão confusa com a história e com meus sentimentos..
Sou completa fã de Raphael Montes, já Li outras obras dele, como “Vilarejo”, “Jantar Secreto” e “Suicidas”, porém foi apenas com “Dias Perfeitos” que fiz reflexões no sentido de achar esse escritor tão sensacional! Vamos então falar um pouco sobre o enredo do livro:
Breve sinopse do livro “Dias Perfeitos”, de Raphael Montes
Theo é um jovem estudante de medicina, introspectivo e sem amigos, que não consegue nutrir afeto verdadeiro por ninguém, nem por sua mãe Patrícia, nem por seu cãozinho Sansão. Uma exceção importante é Gertrudes, alguém por quem Theo tem conseguido sentir carinho: sua companheira das aulas de anatomia, na faculdade. Até aqui estaria tudo bem, a não ser pelo fato de Gertrudes ser um cadáver..
Quando o autor do livro apresenta esse fato, dá pistas da personalidade doentia do personagem, e garanto que isso é apenas o comecinho das tantas loucuras dessa mente nada convencional.
Patrícia insiste para Theo acompanhá-la em um churrasco – Patrícia é cadeirante e precisa da ajuda do filho para se locomover, o que é considerado por Theo uma obrigação enfadonha. Nesse churrasco, Theo conhece Clarisse, fato que muda sua vida: Theo passa a sentir afeto verdadeiro pela garota despojada e livre que Clarisse é e então passa a tentar conquistá-la. Para isso, Theo não medirá esforços, fazendo literalmente loucuras de amor para isso, porém essas loucuras são literais, absurdas e fora da casinha..
O final do livro tem um pequeno plottwist que confesso ser um pouco sugestivo e não muito surpreendente, porém fecha a história de maneira interessante.

A mente de Theo é inquietante, ele toma atitudes completamente absurdas e horrendas, porém seus pensamentos encontram justificativas tão perfeitas e lógicas que quase acabamos torcendo por ele. Julgo que causar essa sensação no leitor, faz a escrita de Montes ser tão mágica e perfeita, além de muito assustadora, não apenas pela descrição das atrocidades envolvidas na narrativa, mas pelos sentimentos contraditórios que essa escrita nos leva a ter: quase sermos hipnotizados pelo discurso lógico e coerente de Theo 🫣😱.. esse tipo de personalidade pode ser considerada a de um psicopata, e o jeito como Montes a constrói é realmente perturbador, profundamente louco! Vale a leitura, para sentir tudo isso que descrevi!
Sobre Raphael Montes
Raphael Montes nasceu em 22 de setembro de 1990, no Rio de Janeiro. Desde jovem, interessou-se por literatura policial e suspense. Formou-se em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), mas dedicou-se à escrita, tornando-se um dos principais autores brasileiros de thrillers contemporâneos.
Seu primeiro livro, Suicidas (2012), foi finalista do Prêmio Benvirá de Literatura e chamou atenção pela narrativa intensa e violenta. Em 2014, lançou Dias Perfeitos, um thriller psicológico elogiado internacionalmente. Dois anos depois, publicou Jantar Secreto (2016), uma história macabra sobre um grupo de jovens envolvidos com culinária extrema.
Montes também escreveu O Vilarejo (2015), uma coletânea de contos de terror interligados, e Uma Mulher no Escuro (2019), que aborda traumas e mistérios familiares. Além disso, coescreveu Bom Dia, Verônica (2016) com Ilana Casoy, livro que inspirou a série da Netflix.
Além da literatura, Raphael Montes atua como roteirista, tendo trabalhado na adaptação de suas obras para o audiovisual. Sua escrita combina elementos de horror, mistério e crítica social, consolidando-o como um dos mais inovadores autores do gênero no Brasil.

O que achou da dica de hoje: “Dias Perfeitos”, de Raphael Montes?
Livro denso, pesado, que leva o leitor a se sentir confuso em relação ao personagem principal Theo: se horrorizar com as atitudes loucas que ele tem ou quase se seduzir por ele? A construção da narrativa e dos personagens é realizada com maestria, fazendo do livro um grande ícone da literatura policial. Recomendo, com ressalvas: o livro pode confundir suas percepções!
Termômetro da Gi: 7/10
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