Quando falamos em alta gastronomia paulistana, é comum pensar em culinárias francesa, italiana ou japonesa. Mas nos últimos anos, um restaurante em especial tem mudado esse cenário com uma proposta ousada e absolutamente deliciosa: o Komah. Criado pelo chef Paulo Shin, o restaurante trouxe os sabores tradicionais da Coreia do Sul para o centro de São Paulo, conquistando não só os paladares mais exigentes, mas também o prestigiado Guia Michelin.
Hoje vou contar a história do Komah, mergulhar em sua gastronomia vibrante, entender por que ele virou referência no Brasil e descobrir o que um restaurante precisa para entrar no tão cobiçado Guia Michelin! Vamos nessa? 😋🇰🇷
A história do Komah: da tradição familiar ao brilho profissional
O Komah nasceu em 2016, no bairro da Barra Funda, em São Paulo. Em meio a galpões industriais e ruas discretas, o restaurante surgiu com uma proposta ousada: apresentar a comida coreana de forma contemporânea, sem perder suas raízes. À frente da cozinha, o chef Paulo Shin, paulistano filho de imigrantes sul-coreanos, cresceu entre aromas e receitas da tradição familiar.
Formado pelo prestigiado Culinary Institute of America, nos Estados Unidos, e com passagem por grandes cozinhas internacionais, Paulo uniu sua bagagem técnica ao afeto das receitas que aprendeu com a mãe. O nome “Komah”, aliás, vem de uma palavra carinhosa em coreano, que remete ao acolhimento e à sensação de estar em casa.
Desde o início, o restaurante foi pensado para ser uma ponte entre culturas. Em vez de adaptar a comida coreana ao paladar brasileiro, Paulo fez o contrário: manteve a autenticidade e apostou na educação do público. Com isso, não só ganhou clientela fiel como também ajudou a popularizar ingredientes como o kimchi, o gochujang (pasta de pimenta fermentada) e o doenjang (pasta de soja).
Atualmente Paulo Shin já não faz mais parte da cozinha e da chefia do restaurante, porém conquistou belos prêmios: Komah está na lista dos 100 melhores restaurantes da América Latina.
Recentemente fui pessoalmente, com minha família, experimentar a nova gastronomia coreana (para nós). Fã de Doramas, eu sempre tive vontade de experimentar as comidas que aparecem nas minhas novelas favoritas da Coreia. Já tinha provado o famoso kimchi e o frango crocante apimentado, porém foi a primeira vez que visitei um restaurante tão raíz! O cardápio completo foi aprovado pela família toda! Recomendo! 😋🇰🇷
O chef Paulo Shin no salão despojado do Komah (fotos: Felipe Gabriel/Ag. IstoÉ)
A gastronomia do Komah: tradição, técnica e criatividade
No Komah, cada prato é uma experiência. A cozinha é baseada em receitas típicas da Coreia, mas com uma apresentação contemporânea e toques autorais do chef. Os sabores são intensos, marcantes e muitas vezes picantes — como pede a tradição coreana.
Um dos pratos mais famosos da casa é o Kimchi Bokkeumbap, um arroz frito com kimchi (acelga fermentada e apimentada), com omelete cremoso e bastante personalidade. Outro clássico é o Galbi Jim, costela bovina cozida longamente com shoyu e gengibre, até desmanchar na boca! Esse prato é servido com bap (arroz branco) e salada com um tempero bastante especial. Também há a opção de fazer um menu de vários mini pratos, com diferentes sabores coreanos.
Foto registrada por mim, do meu delicioso Kimchi Bokkeumbap.
A fermentação é um dos pilares do sabor coreano. Os molhos e conservas usados no restaurante, garantem personalidade e profundidade a cada prato. Além disso, o Komah aposta em ingredientes frescos e, sempre que possível, de pequenos produtores brasileiros, respeitando a sazonalidade.
A carta de drinques também merece destaque. Criada para harmonizar com os sabores fortes da cozinha coreana, ela inclui coquetéis com saquê, soju, chá-verde e especiarias asiáticas. Para quem quer mergulhar ainda mais fundo na cultura, há uma seleção de bebidas coreanas autênticas.
Esse é o drink Sojufitz: Gin, soju infusionado com cardamomo, suco de limão e extrato de gengibre.
O reconhecimento do Guia Michelin
Em 2024, o Komah entrou para a seleta lista do Guia Michelin, sendo premiado com uma recomendação (o chamado “Prato Michelin” ou “Recomendado Michelin”) — um selo que aponta restaurantes com comida de alta qualidade e que merecem ser visitados. Embora ainda não tenha recebido uma estrela, o simples fato de estar no radar do Michelin já é um feito imenso.
Mas afinal, o que é o Guia Michelin? Criado na França em 1900 pela famosa empresa de pneus, o guia tinha como objetivo incentivar as viagens de carro — e, de quebra, indicar bons lugares para comer. Com o tempo, virou uma das mais respeitadas publicações gastronômicas do mundo.
Atualmente, o guia concede três tipos principais de reconhecimento:
- Uma estrela Michelin: excelente restaurante dentro de sua categoria.
- Duas estrelas Michelin: cozinha excepcional, vale o desvio no trajeto.
- Três estrelas Michelin: cozinha extraordinária, vale a viagem.
Além disso, há menções como o Bib Gourmand (boa comida por preço acessível) e o Prato Michelin, que indica qualidade com bom custo-benefício — e foi o reconhecimento conquistado pelo Komah.
O que é preciso para ganhar uma estrela Michelin?
Ganhar uma estrela Michelin não é tarefa fácil. Os inspetores do guia fazem visitas anônimas, avaliam com rigor e seguem cinco critérios principais:
- Qualidade dos ingredientes utilizados
Os produtos devem ser frescos, bem selecionados e estar em harmonia com a proposta do prato. - Domínio das técnicas culinárias
O chef precisa demonstrar habilidade e precisão na execução das receitas. - Personalidade do chef na cozinha
O restaurante deve expressar a visão e a identidade do chef de forma clara. - Harmonia dos sabores
Os sabores devem estar equilibrados, bem construídos e coerentes com a proposta. - Regularidade
A qualidade deve ser mantida ao longo do tempo e em todas as visitas.
Ou seja, não basta ter um prato bom. É preciso entregar excelência em todos os aspectos, do sabor à consistência, da técnica à experiência. O Komah vem demonstrando isso desde sua fundação — por isso, muita gente já aposta que ele poderá conquistar sua primeira estrela nos próximos anos.
O impacto do Komah na gastronomia paulistana (e brasileira)
O sucesso do Komah não se resume à boa comida. Ele representa um movimento importante na valorização da gastronomia coreana no Brasil. Até pouco tempo atrás, era difícil encontrar um restaurante coreano fora da região do Bom Retiro, em São Paulo. A culinária era vista como “exótica” e muitas vezes incompreendida.
O Komah ajudou a mudar esse cenário. Tornou-se uma vitrine da cultura coreana contemporânea, sem folclore, sem clichês. O restaurante também abriu portas para outros chefs coreanos (ou brasileiros apaixonados pela Coreia) se arriscarem e empreenderem.
Além disso, o Komah provou que é possível unir tradição e inovação, mantendo a alma da comida, mas usando técnicas de alta gastronomia. Isso atrai não só clientes curiosos, mas também críticos, chefs e amantes da boa mesa.
Komah no GiConecta: por que vale a visita?
O Komah não é apenas um restaurante, é uma experiência. Ao entrar, você sente o cheiro das especiarias, ouve o barulho das panelas e logo percebe que está em um lugar diferente. A casa é aconchegante, com clima despojado, mas atenta aos detalhes. O atendimento é ágil, simpático e sempre pronto para explicar um prato ou indicar uma harmonização.
É o tipo de lugar que conquista pela barriga, mas também pelo coração. Perfeito para quem quer descobrir novos sabores, para quem ama cultura e para quem busca sair do óbvio. O menu muda periodicamente, mas sempre com a proposta de honrar as raízes coreanas e surpreender o paladar brasileiro.
Se você ainda não conhece, coloque o Komah na sua lista. E se já conhece, com certeza quer voltar. No fim das contas, é isso que a boa gastronomia faz: cria memórias.
Serviço:
Komah Restaurante
Endereço: Rua Cônego Vicente Miguel Marino, 378 – Barra Funda, São Paulo – SP
Instagram: @komahrestaurant
Reservas: altamente recomendadas, feitas via app/site
Faixa de preço: $$$
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O Komah é mais do que um restaurante premiado — é uma revolução silenciosa na forma como o Brasil enxerga a comida coreana. Com autenticidade, excelência técnica e muita alma, Komah mostra que a gastronomia também é uma ponte entre culturas. E, claro, um prato cheio para quem ama experiências únicas à mesa.
No GiConecta, a gente acredita que comer bem também é uma forma de se conectar com o mundo. E o Komah é um bom exemplo disso! 😋
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Gisella é Bióloga, formada pela Universidade de São Paulo (USP) e Tecnóloga Oftálmica, formada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Ama artes, música e diversão! Escrever tem sido sua paz atual, onde encontra tranquilidade para a mente! Gosta de compartilhar conexões com assuntos que domina e que está aprendendo a dominar! ❤️