Você sabia que o filme O Poço tem uma sequência igualmente intrigante? Disponíveis na Netflix, O Poço 1 e O Poço 2 trazem reflexões profundas sobre a sociedade, desigualdade e sobrevivência. Produções espanholas marcadas por enredos densos e interpretações em aberto, esses filmes têm conquistado o público e disputado os Top 10 no streaming.
A princípio, neste post vamos explorar o enredo, personagens e possíveis interpretações desses dois filmes instigantes. Prepare-se para mergulhar nas camadas simbólicas de O Poço.
As regras do Poço
A premissa de O Poço é um cenário distópico que funciona como uma prisão vertical. Cada pavimento abriga dois prisioneiros, que compartilham uma plataforma de comida que desce de andar em andar. No entanto, há regras: não se pode guardar comida, sob pena de enfrentar extremos mortais de frio ou calor, isso pode ocorrer em segundos.
Cada prisioneiro escolhe um objeto ao entrar no poço, e suas histórias pessoais se entrelaçam com as dinâmicas de sobrevivência no local. À medida que a plataforma desce, a comida escasseia, e os pavimentos inferiores são tomados pelo desespero. No final do mês, os prisioneiros são redistribuídos em novos pavimentos, criando um ciclo de incertezas.
Imagem do filme O Poço 1, mostrando a plataforma com comida no pavimento zero. Créditos da imagem: Netflix.
Uma entrevista é realizada antes do prisioneiro ou voluntário entrar no poço. Uma das perguntas é qual a comida favorita. Essa comida estará disponível na plataforma flutuante.
Cada prisioneiro também tem o direito de escolher algum objeto para levar para o poço. Alguns escolhem livros, mas outros objetos aparecem como os escolhidos: faca, cachorro, corda, piscina infantil, entre outras coisas inusitadas. Isso é definido em uma entrevista, realizada por Imoguiri, uma funcionária que trabalha no poço há 25 anos e que tem cãozinho como companheiro.
Ao longo do filme descobre-se que o poço contém 333 andares. Todas as vezes que o mês acaba, os prisioneiros são adormecidos por um gás e acordam em algum pavimento diferente do que estavam anteriormente, podendo estar mais acima ou mais abaixo do que já estavam. A comida vai se tornando mais escassa e mais desorganizada a medida que a plataforma vai descendo, logo os pavimentos mais baixos praticamente não recebem comida alguma. Ao final do dia, uma luz vermelha se acende e a plataforma sobe do último pavimento até o primeiro, com uma velocidade assustadoramente rápida.
A plataforma não para no pavimento onde não há pessoas vivas.
Entendendo Filme O Poço 1
Esse resumo pode contém spoilers !
A história que acontece no filme 1 é, cronologicamente, depois daquela que acontece no Poço 2. Goreng se inscreve para entrar no poço de forma voluntária, e passar 6 meses por lá. À princípio não entendemos o porquê, mas, no Poço 2, isso fica claro. Ou seja, o primeiro companheiro de Goreng é Trimagasi, um velho sozinho que tem gosto por facas afiadas e num acidente acaba matando um garoto. Sua pena poderia ser duas: internar-se num hospital psiquiátrico ou passar um ano no poço, opção essa escolhida pelo velho.
Imagem do filme O Poço 1. À esquerda, Goreng e à direita, Trimagasi. Créditos da imagem: Netflix.
Goreng, depois de algumas reviravoltas, encontra uma jovem mulher, Miharu, que procura por seu filho. Ela praticamente não fala, mas ajuda Goreng em algumas situações. Outra companheira de pavimento de Goreng é a funcionária Imoguiri, que faz as entrevistas que antecedem à entrada no poço. Ela leva seu cachorro como “objeto” preferido.
Finalmente Goreng encontra um outro personagem, Barahat, um homem desesperado para conseguir acordar nos níveis mais superiores e conseguir, com sua corda (objeto escolhido) subir até o pavimento zero.
Possível interpretação de O Poço 1
Esse filme tem algumas opções de interpretações, porém vou dar a minha. A mensagem é a de que alguns humanos são mais bondosos e empáticos que outros, porém, numa sociedade, não é suficiente que apenas alguns sejam assim, se houver apenas um egoísta e privilegiado, haverá um desequilíbrio triste em que aqueles mais desfavorecidos sempre saem perdendo.
Porém o poço também dá abertura para uma interpretação de que durante a vida também podemos variar nossas situações de desfavorecimento ou bonança, a famosa fase de vacas gordas se alternando com as vacas magras: uma metáfora para os pavimentos mais superiores (vacas gordas) e inferiores (vacas magras).
O final mostra o fundo do poço, escuro, úmido e gelado, uma metáfora da morte, em que os personagens encontram aqueles que já faleceram durante sua estadia no poço. Uma mensagem de que o futuro e a esperança são as crianças fecha o filme, quando Goreng escolhe “salvar ” a criança que estava no pavimento 333.
Aparentemente essa criança não passou fome por lá e nem permaneceu no pavimento por 1 mês: ela foi colocada ali para que um adulto pudesse colocá-la na plataforma para subir ao primeiro andar e, então, salvá-la.
Entendendo O Poço 2
Nesse resumo, pode conter spoilers!
Esse filme acontece antes da história do primeiro longa. Conta a história de Perempuán, uma jovem mulher que se voluntariou ao poço pois, indiretamente, foi a culpada pela morte de uma criança, filho de seu namorado. Com dificuldade de se perdoar, ela precisa de tempo, tempo esse que ela escolheu passar no poço.
Cruza seu caminho com diferentes personagens, porém percebe que alguns líderes tentam colocar regras no funcionamento do poço, para que a comida chegue até os pavimentos mais inferiores. Essas lideranças vão tomando proporções mais violentas e opressoras para que as regras sejam obedecidas, e Perempuán resolve transgredir às regras para tentar se manter viva.
Entre colegas de mesmo pavimento, Perempuán se encontra com Zamiatin, um homem de meia idade faminto que tem dificuldade com regras, Robespierre, um jovem revolucionário que tenta passar a mensagem do grande líder Dagin Babi, violento e cego de ambos os olhos, impiedoso e poderoso.
Alguns personagens que já estavam no primeiro longa, reaparecem na segunda história: Trigamasi, Barahat, Miharu e surpreendentemente Goreng. Descobrimos ao final da trama que Goreng pode ser o namorado de Perempuán e pai do garoto que ela matou por acidente e que o filme 2 antecede ao filme 1. Descobrimos também que a Miharu trabalhava para o poço, que pode ter se rebelado por algum motivo e aparece como uma prisioneira no filme 2.
Trechos estranhos e não esclarecidos nos filmes
Sobretudo, a plataforma sobe e desce sem nenhum fio ou engrenagem. Ela parece meio que flutuar, porém com comando precisos.
Portanto, o gás utilizado pelos funcionários do poço para adormecer os vivos, retirar os mortos e fazer as trocas dos presos de andar é meio que flutuante, todos ficam voando como se estivessem em gravidade zero. Existe algum gás capaz de fazer isso?
Perempuán, no filme 2, engole um pedaço de um quadro com uma tinta, assim que ela começa a sentir o cheiro do gás. Ela parece morta e os funcionários a amarram junto com todos os outros cadáveres, porém o gás não faz efeito nela e ela acorda e segue a sequência do filme. Como essa tinta fez essa proeza, não ficou claro também.
No entanto, não há uma explicação explícita sobre porque o poço existe, quem comanda ele e quem são as crianças que são colocadas no pavimento 333. Essas perguntas em aberto talvez sejam pistas que uma nova sequência dos filmes pode vir por aí.
Gostou do conteúdo?
Por fim, os filmes O Poço 1 e 2 são reflexões sombrias e profundas sobre a humanidade. Com enredos densos e finais abertos, eles desafiam o espectador a questionar valores como empatia, sacrifício e justiça social.
Enquanto O Poço 1 nos faz refletir sobre o impacto das escolhas individuais em um sistema desigual, O Poço 2 aprofunda as origens dessa dinâmica. Ambas as obras mostram que, apesar de todas as adversidades, a esperança reside na capacidade de transformação.
Afinal, se você gosta de produções que desafiam sua percepção, O Poço é uma escolha imperdível. E para mais conteúdos como esse, continue nos acompanhando!
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