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Entenda porque “Ainda estou aqui”, filme brasileiro, é promessa de Oscar em 2025

O cinema brasileiro está fazendo um grande sucesso! Hoje você vai entender o porquê “Ainda estou aqui”, filme brasileiro, é, então, promessa de Oscar para 2025.

O filme estreou nos cinemas do país em 7 de novembro de 24 e vem alcançando boa bilheteria. Na primeira semana nos cinemas, o filme já havia superado meio milhão de espectadores.

Antes mesmo da estreia do filme no Brasil, a produção já ganhou premiações internacionais. Vamos, portanto, entender o enredo do filme e porque tem feito tanto sucesso? Bora lá?

Motivos para o filme “Ainda estou aqui” ser promessa de Oscar em 2025

1. Produção Nacional de qualidade

O Filme foi dirigido por Walter Salles, que também foi diretor do aclamado “Central do Brasil”. É baseado no livro autobiográfico e escrito por Marcelo Rubens Paiva, que conta a história de sua própria família, durante o período da ditadura brasileira.

Drama denso e de fácil compreensão, conta com um elenco primoroso: Fernanda Torres, Fernanda Montenegro e Selton Mello.

As filmagens começaram em junho de 2023, no Rio de Janeiro, com roteiro de Murilo Hauser e Heitor Lorega.
Direção, roteiro, fotografia e elenco reúnem profissionais aclamados e renomados do cenário cinematográfico, oferecendo ao filme ótimas oportunidades de premiações mundo afora.

Banner de divulgação do filme “Ainda estou aqui”.

2. Premiações Internacionais para o filme “Ainda estou aqui”

Como funciona às indicações para o Oscar?

Os filmes que são produzidos com promessa de premiações, são escolhidos pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas (AMPAS). Cada país seleciona um filme elegível da sua nacionalidade para concorrer ao Oscar. Para isso, devem, então, seguir alguns critérios para se encaixarem nessa seleção, como, ser lançado até setembro do mês anterior ao Oscar e não ser exibido nas plataformas de streaming antes do seu lançamento comercial. Campanhas internacionais de lançamento do filme também devem ser realizadas para divulgação.

Após a indicação nacional, a Academia recebe uma lista grande de filmes, de 88 países de origem, e faz uma pré seleção (shortlists), com 15 produções, divulgada em meados de dezembro. Porém, apenas em Janeiro, ocorre a divulgação oficial da lista com as indicações ao Oscar. Quem escolhe, portanto, essa lista são os membros da AMPAS.

Prêmios internacionais já conquistados pelo filme “Ainda estou aqui”

“Ainda estou aqui” se elege para todos esses requisitos e é o filme brasileiro eleito nacionalmente para a indicação de premiação do Oscar, na categoria de melhor filme estrangeiro.
Oscars à parte, vamos agora falar de outras premiações Internacionais. O filme vêm sendo reconhecido pela comunidade cinematográfica como uma grande produção com direito a várias premiações. Vou listar, então, algumas que o filme já alcançou!

1.Melhor roteiro no Festival de Veneza, em setembro/24. Nesse dia, o filme recebeu aplausos por dez minutos seguidos!

2.Green Drop Award, também no Festival de Veneza.

3.Prêmio do Público (Audience Award – Special Presentation), no Festival Internacional de Cinema de Vancouver, Canadá, com 40 mil votos.

4.Melhor Ficção Brasileira na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo

5.Melhor filme Global no Festival de Cinema de Mill Valley, nos Estados Unidos.

6.Melhor Atriz de Filme Internacional no Television Critics Choice Awards, em novembro de 23.

Diante desse cenário, há, portanto, grande possibilidade do filme estar entre a lista dos indicados ao Oscar e por fim, levar o grande prêmio, merecido a tanto tempo, pela produção de cinema brasileiro.

Elenco do filme “Ainda estou aqui” em uma das premiações oferecidas ao filme. Créditos da imagem: CNN Brasil.

3. Ótimos enredo e roteiro do filme

Pode conter spoilers ⚠️
O filme começa na década de 70, período de endurecimento da ditadura militar no Brasil. Os Paivas se apresentam a nós como uma família feliz. Uma bela casa, festas e idas à praia compõem um cenário harmonioso e de muito afeto. Eunice, mãe zelosa de cinco crianças, é casada com Rubens, um ex-deputado e engenheiro. Levam uma boa vida, porém a harmonia é interrompida numa manhã onde policiais da ditadura levam Rubens para um suposto “interrogatório”.

Rubens não volta mais e por 40 anos, Eunice e os filhos amargam a ausência inexplicada com silêncio e sem respostas. Então, preenche-se o vazio com vontade de explicações e motivado por justiça.

Somente em 2014 a Comissão Nacional da Verdade, que foi criada para investigar os desaparecidos políticos, confirmou a morte de Rubens, em 1971. A família, então, recebeu um atestado de óbito, que foi recebido com alívio, certa alegria e um sentimento de dever cumprido.

Imagem do filme “Ainda estou aqui”, mostrando a família Paiva e amigos, antes dos acontecimentos trágicos. Créditos da imagem: GloboPlay.

Um pouco mais sobre a genialidade do filme “Ainda estou aqui”

Sobre o título da obra

O título do filme já abre portas para diferentes interpretações. Quem diz a frase “ainda estou aqui”? Poderia ser Eunice, que apesar da tristeza de sua perda, ainda encontra forças para continuar na criação dos filhos e na luta pela justiça do marido. Afinal, foi ela quem restou e quem ainda estaria ali por todos.

Porém, a frase também pode ser dita pelo finado Rubens, que ainda continua ali, com a família, numa espécie de chama que motiva à seguirem em frente. Uma das últimas cenas, filmadas por Fernanda Montenegro, Eunice já idosa, com Alzheimer, tem um minuto de lucidez ao ver a imagem do marido na Tv, em uma reportagem sobre a ditadura, mostrando que ele, mesmo na ausência, ainda estava com ela.

Cenas dignas de Oscar

Uma cena muito emblemática e forte é aquela em que Fernanda Torres, vivendo Eunice, após receber o atestado de óbito de Rubens, o coloca em uma pasta com todos os documentos e registros utilizados por ela para provar o desaparecimento do esposo. Após guardar o atestado na última página, Eunice fecha a pasta, simbolizando o final daquele capítulo de sofrimento e resiliência, que durou sua vida toda.

A minha cena favorita do filme, que é cheia de significado e tristeza é um diálogo entre dois dos filhos de Rubens, já adultos, num jantar em família comemorando o atestado de óbito do pai. Maria Beatriz pegunta ao irmão Marcelo quando ele havia enterrado o pai. Ele responde que não sabia bem, mas ela responde que foi no momento da então mudança da família do Rio de Janeiro para São Paulo. Em algumas cenas anteriores, Maria Beatriz, na sua infância, olha para a casa vazia, no momento da mudança, com tristeza. O expectador é, portanto, levado a entender que foi naquele momento que ela entendeu que seu pai não voltaria mais, deixando um vazio nela, assim como naquela casa.

Imagem da capa do livro de Marcelo Rubens Paiva, que baseou o filme “Ainda estou aqui”.

E então, gostou do nosso conteúdo?

O filme é uma lição de vida, mostra a força e a resiliência de alguns e a maldade e frieza de outros. Como um momento violento da política do Brasil pôde trazer tanto sofrimento e mudar a vida de tantas pessoas.
Felizmente podemos contar essa história hoje e com ela fazer reflexões! E é claro, desfrutar, então, de boas horas de admiração ao cinema do Brasil!

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2 comentários em “Entenda porque “Ainda estou aqui”, filme brasileiro, é promessa de Oscar em 2025”

  1. Maravilha, Gi! Também fui assistir na primeira semana! Uma parte que mais me pegou (foram várias) foi quando Eunice recebe a notícia que o Rubens foi morto sob tortura e, mesmo assim, como prometido, sai com os filhos para tomar sorvete e, ali, observa famílias, casais curtindo a noite e se emociona pois sabe que nunca mais conseguirá ter um momento assim com seu amor.

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